POESIA GOIANA
Organização de SALOMÃO SOUSA
JARBAS DE OLIVEIRA
Nasceu no Rio de Janeiro, em 24 de outubro de 1913.
Cursou o primário e ginasial no Colégio Santa Rosa, em Niterói.
Cursou até o segundo ano na Escola de Medicina da Praia Vermelha. Estudou Esperanto e Francês. Transferiu-se para Minas Gerais, trabalhando em jornais e no rádio.
Adotou o pseudônimo de Jarbas. Se nome de nascimento é Artemidoro de Oliveira.
Ao mudar-se para Goiás, radicou-se em Anápolis, onde foi redator-chefe do jornal A Imprensa, e trabalhou por longo tempo na Tribuna de Anápolis e no Correio do Planalto. Foi assessor de imprensa da Câmara Municipal e depois funcionário aposentado da Secretaria da Fazenda di Estado de Goiás.
Tem vários livros editados, entre eles “Versos” e “Devaneios”.
ANTOLOGIA EM VERSO E PROSA. (Autores filiados à União Literária Anapolina). Organizado por Laurentina de Medeiros, Natalina Fernandes e Henrique Mendonça. Capa: Julio Alan. Prefácio: Júlio Sebastião Alves. Anápolis: ULA, 2005. 304 p. 14 x 21 cm. Ex. bibl. Antonio Miranda
Começo e fim
Será que além da matéria, dentro de mim,
existe algo que me sobreviverá?
Será que as coisas que penso,
será que as ações que pratico,
terão registro no tempo e no espaço?
Ou será que sou apenas um elo
da cadeia feita de vida e de morte?
Vida que antecede a morte, morte que prepara a vida,
porque o fim, se confunde com o princípio,
que é o mesmo começo e ao mesmo tempo, é fim.
Nascimento e morte se opõem,
e, paradoxalmente, se completam:
o primeiro é o começo feito do fim,
e a morte é o fim, que origina o primeiro.
O fim é análise, que prepara o começo,
que é síntese e antecede o fim,
—extremos do ciclo biológico—
que se repete ad aeternum, alimentando a vida,
que, por seu turno, haure forças da morte.
Vida e morte são apenas balizas
de um estádio que não se interrompe,
embora os seus marcos se alternem,
impedindo que a gente possa afirmar,
onde começa ou onde a vida termina.
(De Devaneios)
Destinos geométricos
Não sei se caminhamos em círculos concêntricos
ou se tomamos, na vida, rumos paralelos.
De mim, sei que trilhei estrada tortuosa,
em que poucas retas foram encontradas...
Não sei se nos cruzamos ao longo da jornada
ou se ambos seguimos caminhos divergentes...
Cultuando o verticalismo presunçoso e tolo,
não fui além do horizontalismo anônimo e inútil...
Pretendendo a reta vertical, a ascendência,
gravitei em círculos e hipérboles
ou percorri trajetórias parabólicas.
Depois de havermos riscado tanto o chão da vida,
garatujando nele, as figuras mais estranhas,
aqui estamos no mesmo ponto, ocupando os dois,
o mesmo plano...
(De Versos)
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Página publicada em junho de 2021
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